domingo, 1 de abril de 2012

Sem parar

À frente do Soulfly, Max Cavalera lança oitavo disco, sai em turnê e planeja novos trabalhos que incluem projetos paralelos, uma biografia e até a gravação de um disco no Brasil. Fotos: Divulgação (1) e Luciano Oliveira (2 e 3). 

Parece que aquela história de reunião com a formação clássica do Sepultura esfriou, mas Max Cavalera prossegue com uma saudade danada do passado. Talvez por causa das mil entrevistas que concedeu ao jornalista inglês Joel McIver, que revirou a história do músico para a biografia “A Boy From Brazil”, a ser lançada até o final do ano. Ou por conta de uma mini turnê que fez com o Soulfly em fevereiro, que passou por Goiânia, São Paulo e Rio (veja como foi), superando uma inesperada paralisia facial. O grupo não vinha ao Brasil desde 2000, quando fez um único show no Abril Pro Rock, no Recife. Ou ainda por ter voltado a trabalhar com o irmão Iggor no Cavalera Conspiracy. O projeto marcou a reaproximação depois do desentendimento na separação do Sepultura, em 1996.

Max sente saudades, mas não pára. Com o Soulfly, lança este mês o oitavo álbum, “Enslaved”, e sai numa turnê “carregada” mundo afora; ele acredita fazer uns 200 shows por ano. Inspirado na volta às raízes do Cavalera Conspiracy, o disco é pau puro, death metal de raiz como ele fazia no iniciozinho do Sepultura, só que bem produzido. Para matar o tempo livre, Max está desenrolando um projeto paralelo com o vocalista do Dillinger Escape Plan, Greg Pucciato, ainda sem nome, mas que já tem quatro músicas prontas. Um EP com o CC está nos planos, além de (viva!) uma turnê mais extensa pelo Brasil; o grupo tocou no País em 2010, no SWU (veja como foi), e abriu para o Iron Maiden, em São Paulo, no ano passado.
Mas o projeto que faz os olhos de Max brilhar com mais intensidade – mesmo que esta entrevista tenha sido feita por telefone – é a gravação de um disco no Brasil, quem sabe até no Estúdio Nas Nuvens, no Rio, de onde, com o Sepultura, ele saiu com o álbum “Beneath The Remains”. O disco, lançado em 1989, arrombou as portas do mercado internacional para o grupo. São essas e outras histórias que você lê logo abaixo, numa conversa exclusiva com o “garoto do Brasil”:
Rock em Geral: Como foi a turnê pelo Brasil, você curtiu? Matou a saudade do Circo Voador?
Max Cavalera: Muito, foi muito legal. Todos os shows da turnê foram legais, especialmente os do Rio e de São Paulo, que foram os melhores da turnê. Eu achei que o público estava muito legal, conectado com a gente. Era aquela coisa de saudade mesmo, de tocar com o público que você sente falta, onde não toca há muito tempo. Cantaram as músicas junto, foi uma coisa muito emocionante. No Circo foi muito legal mesmo. O Circo tá novo, tá mudado, tem camarim novo, mas é o mesmo Circo e isso continua. Vi amigos que eu não via há 20 anos, vi o Marcelo Vasco, que pintou a capa da gente, ele mora no Rio.
REG: E a biografia, Max? Conta como rolou:
Max: Estamos fazendo eu e o Joel McIver, que é inglês. Ele fez um livro para o Metallica que foi bem legal (“Justice For All: The Truth About Metallica”, 2004), os caras do Metallica adoraram. Fez do Cliff Burton (baixista do Metallica, falecido), do Randy Rhoads (guitarrista da banda de Ozzy, falecido), do Glenn Hughes. Ele é um cara que escreve para um monte de revista, é um nome legal. Ele me procurou e quis fazer esse livro. Eu achei bem legal, é um profissional, sabe fazer essa coisa bem. Aí comecei a fazer bastante entrevistas com ele, fiz umas mil entrevistas, falando sobre tudo, do passado, do que aconteceu, como eu cresci no Brasil, como foi a morte do meu pai, como foi começar o Sepultura. Como consegui o contrato com a Roadrunnner. Tive que viajar para os Estados Unidos de terno e gravata, com cabelo amarrado, como se fosse um executivo da Pan Am, que nem existe mais. Vai ter tudo isso no livro. A introdução vai ser feita pelo Dave Grohl, que é um músico que eu respeito e gosto muito. Ele é hoje um dos músicos mais famosos no mundo e ficou honrado de eu ter pedido a ele para fazer a introdução do livro. Ele é muito fã, de mim e do Sepultura, do Soulfly. Nós trabalhamos juntos no Probot (projeto heavy metal de Dave Grohl). Foi legal ele fazer a introdução e vai ter entrevistas com Sean Lennon, Tom Araya, Sharon Osbourne, essas pessoas fizeram entrevistas também e vai ficar um livro bem legal, é uma jornada nem legal.
REG: Ele ouviu o pessoal da época em que você estava no Sepultura ou preferiu fazer só com você?
Max: (pausa) Eu não tenho muito contato com os caras, então o Iggor vai estar no livro, um pouco com o Jairo também, que é o guitarrista das antigas. Mas como eu não tenho muito contato com o Paulo e com o Andreas (baixista e guitarrista do Sepultura, respectivamente), eu deixei meio de lado.
REG: Com relação ao disco novo, “Enslaved”, como estão as músicas? Parece algo bem do metal de raiz…
Max: Tá mais death metal (mesmo morando no exterior há muitos anos, Max continua pronunciando “détimetal”), tá mais estranho. É o espírito do som do Sepultura do inicio, só que bem gravado, porque a produção do “Morbid Visions” (disco do Sepultura de 1986) é muito tosca. Já o espírito das músicas é aquela coisa que eu adoro, que é o death metal bem tocado, com dois bumbos, e vem de muita coisa que eu escuto ainda, daquela época. Eu vi que tinha um lado meu me chamando para esse lado, para fazer o som mais animal, mais pesado, mais agressivo. E já que eu abandonei qualquer esperança de ter um hit single no rádio, já mandei tudo isso se fuder, então para mim é melhor ir para o lado mais extremo mesmo e botar pra fuder.
REG: Os discos do Cavalera Conspiracy já são um pouco assim…
Max: Eu acho que o Cavalera começou nessa coisa de metal mais extremo porque eu fiz com Iggor, e tem umas músicas de dois minutos, até meio hardcore, para o lado do metal hardcore, meio Minor Threat. Eu acho que o Cavalera influenciou o trabalho do Soulfly, mas esse lance de ir mais para o lado death metal foi uma ideia minha mesmo. Ouvindo essas coisas que eu ouvia no fim dos anos 80, no inicio dos 90, tipo Morbid Angel, Massacre, Death e Cannibal Corpse, essas bandas que eu gosto pra caramba, deu a ideia de fazer um disco desse tipo. E com as letras sobre a escravidão, a maioria delas fala sobre isso. É um tema meio que único no metal, não tem muitas bandas que põem a mão esse tema. Ficou uma coisa bem original, death metal com temas sobre a escravidão.
REG: Tem uma música sobre tráfico de drogas, que você canta em português…
Max: É sobre o Pablo Escobar. É a “Plata o Plomo”, que é uma gíria de drug dealer (traficante de drogas), que eles falam no México e na Colômbia. Ela foi feita por mim e pelo Tony (Campos, baixista). Ele toca numa banda de death metal chamada Asesino, com o Dino (Cazares, guitarrista), do Fear Factory, e ele tem um vocal bem animal, bem death metal, em espanhol. Eu tive a ideia de fazer uma música com ele cantando em português e ele em espanhol, misturando tudo, e fizemos sobre o Pablo Escobar, o rei da droga da Colômbia. Fala sobre a vida inteira dele, o cara quase virou presidente e matava todo mundo, era fora da lei desde moleque. Controlava o cartel de Medelín e muita gente o via como santo, mas tem gente que acha que ele era o diabo também. Eu li o livro que o irmão dele escreveu e tirei bastante ideia para fazer essa letra.
Max com o Soulfly esse ano, no Circo Voador, no Rio
Max com o Soulfly esse ano, no Circo Voador, no Rio
REG: Você já pensou em fazer um disco com mais letras em português? Max: Já pensei, seria legal fazer um disco inteiro em português. Dá para cantar que fica legal, eu gosto das coisas em português, tipo Dorsal Atlântica, Ratos de Porão. Eu acho o português uma língua legal para o hardcore e para o metal, funciona bem a língua com a música, fica bem animal. Uma coisa que eu queria fazer no futuro é gravar um disco no Brasil. Eu até falei com o Iggor, que poderia ser um disco do Cavalera ou um do Soulfly, talvez uma volta ao som tribal, com muita percussão. Seria gravado no Brasil, com a percussão. É um dos planos que eu tenho para o futuro.
REG: O Soulfly tá no oitavo álbum, mas você sempre coloca músicas do Sepultura nos shows. Não dá para fazer um set só com músicas do Soulfly?
Max: Nós até já fizemos isso, na Europa. Teve alguns shows que eram um lance especial, para gravar, e era uma coisa só Soulfly, foi legal pra caramba. O lance de tocar coisas do Sepultura é um lance mais pessoal mesmo, uma coisa minha, porque eu sei que tem muita gente que quer ouvir clássicos tipo “Roots”, “Refuse/Resist”, “Troops of Doom”… o cara quer ouvir com a minha voz, é uma coisa entre eu e os fãs. Os mais velhos cresceram com essa música, eles querem ouvir com a voz original. Então eu faço isso para eles, para matar a saudade. É uma fase da minha carreira e isso me leva de volta a esse tempo que eu era do Sepultura, que eu gostava também. Eu curtia esse tempo que eu passei no Sepultura, acho que é por isso que continuo tocando essas músicas, uma mistura dessas coisas nos shows.
REG: O Zyon (filho de Max, que tocou bateria na turnê da América do Sul) vai continuar tocando com o Soulfly ou foi só essa turnê pela America do Sul?
Max: Ele tem a banda dele mesmo, que tá até no estúdio hoje, gravando uma demo, com o irmão dele, o Igor. O Zyon toca bateria e o Igor toca guitarra, e é bem legal, meio punk rock, parece um Nirvana mais pesado. Eles têm um som original, que é diferente, bem deles mesmos. Eles tão procurando o caminho deles. O Zyon é bom pra caramba, baterista fera, mostrou para mim, segurou a balada e levou a sério, tocou bem pra caramba na turnê da America do Sul. Mas agora é pegar o caminho dele, com a banda dele. Quero dar a força que eu puder dar para eles, mas eles têm que fazer a história deles, o caminho deles. Agora o Dave (Kinkade) volta para a banda, o baterista que gravou o disco, e vamos sair em turnê daqui a uma semana, para o México, e depois começa a turnê americana, é turnê até o fim do ano, Europa e o resto do mundo.
REG: Max, você toca pra cacete com o Soulfly. Quantos shows vocês fazem por ano?
Max: Bastante, acho que mais ou menos uns 200 shows, é turnê bastante carregada mesmo.
REG: Você viu que o Sepultura agora tá com um baterista bem mais novo?
Max: Eu ouvi dizer…
REG: Curioso que tanto o Sepultura quanto o Soulfly tenham um baterista mais novo no mesmo momento…
Max: O Dave nem é tão novo, tem quase 30 anos. (pausa) Mas o Zyon, que é novo, só tocou com a gente na América do Sul, não vai ficar na banda. O Dave vai ficar ao menos até o final do ciclo desse CD.
REG: O Soulfly já mudou muito de formação, mas o guitarrista Marc Rizzo vai completar dez anos de banda. Podemos chamá-lo de integrante fixo?
Max: O Marc é um cara que eu não queria mudar. Acho que ele é um cara muito fera, toca bem pra caramba, consegue tocar as coisas antigas, nota por nota e faz coisas novas comigo. Adoro os solos que ele faz com a banda, é bem criativo, é um guitarrista sólido e é um dos caras que é meio parceiro. Acho que o Soulfly é meio a banda minha e do Marc, e é uma coisa que eu não queria mudar. Os outros membros podem mudar, bateria e baixo pra mim é uma coisa que pode mudar de novo, mas o Mark é um cara que eu gostaria que continuasse.
REG: O projeto com o Greg Pucciato, do Dillinger Escape Plan, como anda?
Max: Tá saindo, já fizemos quatro musicas, ensaiamos lá em Los Angeles, com o baterista do Mars Volta, que é um baterista fudido, bom pra caramba. As quatro ficaram legais e agora a gente tá vendo quando vai ensaiar de novo para fazer outras músicas, até fazer o disco inteiro e entrar num estúdio no futuro para gravar, com alguns convidados. Tem que achar um baixista, outro guitarrista para fazer uns solos, juntar esse povo inteiro. É um projeto meio Nailbomb, que eu fiz com o Alex. Eu vou dividir o vocal com o Greg, cada um faz uma parte, misturando. Muita gente me pergunta se vou fazer alguma coisa tipo Nailbomb de novo e veio essa ideia de fazer o projeto com o Greg.
REG: O som é tipo Nailbomb?
Max: É meio baseado no Nailbomb, vai ter coisa industrial, coisa de bateria eletrônica com samplers. Umas coisas que não se ouve hoje em dia no metal. E o meu vocal com o do Greg tem um lance bem legal que é o contraste. Minha voz é de um jeito e a dele é totalmente diferente, é mais “high pit”, mais aguda, e combina com a minha voz. A música “Rise of the Falling”, que fizemos no “Omem” (disco de 2010), do Soulfly, somos eu e o Greg cantando juntos. Ficou muito legal, é uma das músicas mais legais que eu já fiz. Eu pensei num CD inteiro com a vibração dessa música, seria um lance bem forte. E eu gosto do Dillinger, do Greg, ele tem uma vibe legal, é bem agressivo ao vivo, pula no público. Os caras ao vivo são a maior destruição. Temos que achar um nome e deve rolar o CD, gravado esse ano ainda para sair no ano que vem.
REG: Algum outro projeto agulhado? Disco novo do Cavalera Conspiracy?
Max: Agora tenho que terminar essas turnês para poder achar um tempinho para fechar esse lance com o Greg. Para o Cavalera ainda tá meio cedo. O Igor teve uma ideia de fazer um EP só com quatro músicas, bem hardcore, bem animal, só eu e ele, tocando tudo, todos os baixos e guitarras. Estamos vendo se vamos elaborar mais, e, se for rolar, talvez vamos gravar no Brasil, no estúdio Nas Nuvens.
REG: Lá onde vocês gravaram o “Beneath The Remains”, com o Sepultura…
Max: Isso! O clima é muito legal. A gente gravou num horário ruim, que era de meia noite às sete da manhã. E o sol do verão do Rio matando a gente, num hotel sem ar condicionado. Ficávamos suando no hotel o dia inteiro e depois ia gravar de noite, metal a noite inteira. Muito legal as lembranças desse tempo.
REG: Pelo jeito vocês devem voltar ao Brasil mais vezes para tocar…
Max: Tem inclusive uma proposta para tocar com o Cavalera em agosto, vamos ver se rola com uns dez shows.

 

Novas Sugestões

Oiiie galera do rock!!!Mande novas sugestões para colocar no blog,estarem,os aceitando até o final deste mes,pq depois começaremos uma nova promoção,mandem rápido ok??TCHAUU AOOOO E ROCK'N ROLL PRA TD MUNDOOOOO!@!!

Mais acessível

Eterno filho bastardo do Metallica, o Megadeth nasceu quando a bebedeira do guitarrista Dave Mustaine foi demais para os outros integrantes, que o mandaram embora. As duas bandas tiveram os dias de glória no boom do thrash metal nos anos 90, mas o Metallica foi mais longe porque conseguiu converter ao menos uma música – “Enter Sandman” – num produto pop, sem perder o peso jamais. É o que o Megadeth vem tentando nos últimos tempos. “Cada disco nosso tem grandes músicas e grandes riffs, mas esse é o momento de trazer de volta as melodias colantes e quase pop, riffs mais simples e divertidos, como temos em ‘Public Enemy N º 1’”, diz o baixista Dave Ellefson, por telefone. Ele se refere ao primeiro single do novo álbum, “Th1rt3en”, que tem ainda outros chicletes apropriados para o hit parade, como “Whose Life (Is It Anyways?)”, “Black Swan” e “New World Order”.
No show que faz no Brasil este mês, dentro do SWU, no entanto, o grupo não deve deixar de lados os sucessos da era de ouro do thrash. “Queremos mostrar o novo álbum, vamos fazer duas ou três músicas novas, mas os fãs do Megadeth querem ouvir os clássicos”, avalia o baixista. “Temos umas 20 músicas que todos querem no show, incluindo ‘Holy Wars’, ‘Hangar 18’, ‘Symphony of Destruction…”, completa, dando dicas do repertório a ser tocado em Paulínia. A vinda da banda ao Brasil estava ameaçada desde que Mustaine teve que ser operado, em setembro, para resolver um problema na coluna, na altura do pescoço - seria o resultado de 30 anos e “bateção” de cabeça? –, mas deu tudo certo. “Ele está em boa forma agora, acabamos de gravar o clipe de ‘Public Enemy N º 1’”, tranquiliza Ellefson. Completam a formação atual Chris Broderick (guitarra) e Shawn Drover (bateria).
O baixista, integrante da formação original, estava afastado dede 2002 e chegou a brigar na justiça com Mustaine por direitos autorais, mas foi reintegrado no ano passado. “Já resolvemos tudo, temos uma história juntos e não podemos ter medo de cair nessas armadilhas”. Os fãs das antigas ainda clamam pela volta do guitarrista Marty Friedman e do baterista Nick Menza, que junto com Dave e David, eram a formação clássica do Megadeth. “Eu não vejo isso acontecer. Nada é impossível, mas muitos acham que o Megadeth está em melhor forma agora”, diz Ellefson. “O meu lema é: se funciona, não quebre nem não conserte”.

Sangue Novo

Enquanto era embalado no colo da mamãe, o Sepultura lançava o álbum “Arise”, que consolidaria de vez a carreira internacional da banda. Mas na próxima sexta, quando o grupo iniciar uma nova turnê pela Europa, na Alemanha, Eloy Casagrande estará lá no fundo, espancando a bateria como faz desde os sete anos. Hoje com 20, o batera prodígio foi convocado para substituir Jean Dolabella, que teve que optar pela proximidade da família à correria das longas turnês de uma banda estabelecida no mercado internacional.
Eloy leva bateria a sério desde os 13 anos, e ganhou notoriedade no grupo de apoio de Andre Matos, além de ter entrado recentemente para o Gloria, com quem se apresentou no Rock In Rio. Quem já o viu tocando sabe que o rapaz é um verdadeiro animal das baquetas. Com uma pegada pesada e agressiva, cai certinho no Sepultura. Conversamos rapidamente com ele para saber como aconteceu esse salto na carreira, e também com o guitarrista Andreas Kisser, que fala da saída de Jean e da escolha de Eloy. Primeiro os mais velhos:
Rock em Geral: A saída do Jean pegou o público de surpresa, já que ele parecia bem integrado à banda, depois da gravação desse novo álbum e da turnê. Qual foi o motivo da saída dele? Partiu de quem essa decisão?
Andreas Kisser: Ele estava bem integrado, sim, mas a demanda de shows e longas turnês foi muito para ele. Ele e a família não se adaptaram ao ritmo, e ele nao aguentou, sofria muita pressão de casa e não conseguia mais se concentrar nos shows e na vida profissional. Ele resolveu sair, até mudamos a agenda para o ano de 2011, com mais folgas e tempo para vir ao Brasil, mas isso não mudou a decisão dele. É uma pena que ele tenha saído no meio do ciclo de um álbum, deixou o trabalho incompleto, mas respeito a decisão dele. Desejo muita sorte, ele foi muito importante nestes anos de Sepultura, mas infelizmente o ritmo da banda foi demais para ele.
REG: A saída do Jean tem a ver com a contusão que ele sofreu na turnê europeia?
Andreas: Não tem nada a ver com a contusão, aquilo foi um acidente de percurso e ele se recuperou rápido para que a gente pudesse terminar a turnê na Europa.
REG: Na ocasião, o Jean foi substituído pelo baterista do Torture Squad, Amílcar Christófaro. Vocês cogitaram ele para ser integrante permanente?
Andreas: Não, o Amílcar é baterista do Torture Squad. Aliás, é um dos membros principais da banda, e ele faz isso com muita energia e paixão. Nós tivemos sorte de ele estar na Europa quando o acidente com o Jean aconteceu, e ele fez um trabalho magnífico, poucos músicos teriam a capacidade de pegar um set de musicas em tão pouco tempo. A gente agradece muito o “input” dele, foi fundamental para que a gente nao cancelasse alguns shows na Europa.
REG: Como vocês optaram por chamar o Eloy Casagrande? Vocês fizeram testes com outros bateristas?
Andreas: Sim, fizemos testes e tínhamos algumas opções fora do Brasil também, mas o Eloy mostrou um talento incrível. Apesar da idade ele tem experiência internacional com o Andre Matos, tem a sua própria estrutura, já tem patrocínios de várias marcas e conhece muito o material do Sepultura. Ele tem um estilo explosivo e muita técnica, tocou o material antigo da banda como se estivesse com a gente desde o início. Acho que o Sepultura mantém a tradição de ter uns “monstros” na bateria, mais um “monstro” brasileiro que a gente mostra para o mundo.
REG: Incomoda o fato de o Eloy ter tocado no Gloria, que não é, digamos, uma banda muito querida pelos fãs do Sepultura?
Andreas: Não incomoda em nada, ele já fez parte de algumas outras bandas e tenho certeza que a experiência dele no Gloria foi muito positiva, isso mostra que ele é capaz de tocar qualquer estilo com propriedade.
REG: O Eloy é mais novo que o tempo de existência do Sepultura. Vê alguma dificuldade quanto à diferença de idades entre ele e os demais integrantes?
Andreas: Isso não tem nada a ver. Como disse, apesar da idade, ele é muito experiente. Essa coisa de idade é muito relativa, para mim nao diz muita coisa.

Foo Fighters começa hoje turnê que passa pelo Brasil

O Foo Fighters toca neste domingo (1/4) em Santiago, no Chile, como a atração principal do Lollapaloza local. O grupo segue a turnê do álbum “Wasting Light”, e volta aos palcos depois de uma interrupção por causa de poblemas de saúde enfrentados pelo vocalista e guitarrista Dave Grohl. Em entrevista à “Rolling Stone” brasileira, Grohl disse ter sido diagnosticado com um cisto na garganta (saiba mais aqui).
O grupo não é de variar muito o repertório de um show para outro, mas, de acordo com um levantamento feito pelo blog “Consumindo Realidade”, nessa turnê o FF tocou 52 músicas, e é desse grupo que devem sair as escolhidas para compor o repertório do trecho sulamericano da turnê; clique aqui para ler a matéria completa.
O Foo Fighters é também a atração principal do sábado no Lollapalooza Brasil, que acontece em São Paulo, no Jockey Club, no próximo final de semana (veja a programação completa). Antes, porém, o grupo passa por Buenos Aires, onde faz dois shows, na terça, dia 3, e na quarta, 4.